06/04/2009

Camargo Corrêa: base e oposição descartam CPI

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Em conversas reservadas com a Folha, deputados e senadores governistas e da oposição disseram que não há a menor chance de criação de uma CPI para investigar a empreiteira Camargo Corrêa, alvo da Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal.
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As empreiteiras deram contribuições financeiras legais para 55% dos atuais congressistas, segundo dados fornecidos ao TSE – sem contar eventuais doações ilegais.
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Um líder de partido aliado ao governo disse que investigar a Camargo Corrêa equivaleria "a destampar uma panela de pressão". Um deputado da oposição afirmou que poderia haver um "efeito dominó" – começar a investigar a Camargo Corrêa e chegar a outras empresas.
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Há também interesses específicos dos aliados do presidente Lula em jogar contra uma CPI. A Camargo Corrêa, segunda empreiteira com maior receita líquida no país, tem boa relação com o PT e com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), potencial candidata à Presidência em 2010. A construtora participa de várias obras do PAC, sendo vista como uma parceira do governo para tocar investimentos do pacote de obras.
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Os dois tucanos presidenciáveis, José Serra e Aécio Neves, também são apontados como políticos que possuem boas relações com a empreiteira. A Camargo Corrêa foi a maior doadora individual da campanha de Serra à Prefeitura de São Paulo, em 2004, com R$ 1 milhão. Aécio foi o quarto político que mais recursos recebeu das empresas do grupo em 2006, com R$ 379 mil.
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Reportagem de Ranier Bragon e Kennedy Alencar
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Foto: Marcelo Ximenes/AE
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